Como a Queda da Selic Aumenta a Atratividade de Setores Estratégicos na Renda Variável

 

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O atual ciclo de redução da Selic, iniciado pelo Banco Central brasileiro, está criando um ambiente mais favorável para o mercado de renda variável, despertando interesse em setores estratégicos como varejo, small caps e concessões de infraestrutura.

A taxa Selic, que vinha mantendo-se elevada para controlar a inflação, agora passa por um ciclo de cortes, sinalizando novas oportunidades de crescimento econômico e de valorização para empresas mais sensíveis a juros, enquanto incentiva investidores a diversificar suas carteiras.

Impacto nos Setores de Varejo e Consumo

O setor de varejo tende a ser um dos mais beneficiados pela queda da Selic. Com o crédito mais barato, o consumo é estimulado, o que beneficia empresas de comércio e de bens de consumo. Exemplo disso é a SBF (SBFG3), empresa controladora da Centauro, uma das maiores redes de artigos esportivos do Brasil. Com as condições de financiamento mais acessíveis, o consumo de bens não essenciais tem espaço para crescer, um movimento positivo para o setor de varejo​.

Além do varejo, o setor de educação, representado por empresas como Cruzeiro do Sul (CSED3), também tem potencial de valorização, pois a baixa dos juros facilita o financiamento estudantil e estimula a demanda por educação privada. Em um cenário econômico com taxas de juros menores, mais famílias conseguem financiar cursos de ensino superior e especializações, o que aumenta a receita das instituições de ensino e as torna atrativas para investidores de renda variável​.

Oportunidades nas Small Caps

Outro segmento que apresenta boas perspectivas com a queda da Selic são as small caps, empresas de menor porte listadas na bolsa. Em ciclos de redução de juros, essas empresas historicamente apresentam bom desempenho, uma vez que o menor custo de capital permite que elas invistam mais em expansão e inovação. Além disso, small caps geralmente são mais sensíveis a mudanças nas condições econômicas, o que as torna ainda mais atrativas em um momento de baixa dos juros.

No entanto, analistas apontam que, embora a Selic já esteja em queda, esse movimento ainda não gerou um impacto significativo nas small caps. Isso indica que há um potencial de valorização ainda não explorado, especialmente para investidores que buscam diversificar sua carteira com empresas de crescimento mais acelerado e que podem trazer retornos expressivos​.

Setor de Infraestrutura e Concessões Rodoviárias

Empresas do setor de infraestrutura e concessões rodoviárias também são altamente beneficiadas em períodos de juros baixos, uma vez que grandes projetos de infraestrutura dependem de financiamento de longo prazo.

Com a Selic mais baixa, o custo desses financiamentos diminui, facilitando a realização de novos investimentos e a expansão de projetos existentes. A Ecorodovias (ECOR3), por exemplo, que atua no segmento de concessões de rodovias, deve ver uma maior atratividade para seus projetos de infraestrutura, principalmente se o cenário de queda da Selic se mantiver ao longo dos próximos meses​.

Opções Defensivas: Energia e Seguradoras

Para investidores que preferem setores mais estáveis e menos voláteis, empresas dos setores de energia e seguradoras são boas opções no ambiente atual. Setores defensivos tendem a ter uma demanda relativamente estável, independente das oscilações econômicas, e oferecem um retorno seguro e consistente, como dividendos, em momentos de incerteza.

Empresas de energia e serviços públicos, por exemplo, conseguem gerar fluxo de caixa contínuo e apresentam bom histórico de distribuição de dividendos, o que pode ser atraente para investidores que buscam uma fonte de renda passiva​.

Projeções para 2024: A Selic em Níveis Abaixo do Esperado?

O cenário econômico de 2024 sugere que a Selic continuará em queda, o que pode beneficiar ainda mais esses setores. Caso as projeções se confirmem e a taxa de juros siga em um patamar mais baixo, as ações de empresas de varejo, infraestrutura e small caps devem se valorizar ao longo do ano, criando um ambiente promissor para investidores de renda variável.

Em um panorama mais amplo, o Brasil se encontra em um contexto internacional relativamente positivo.

A economia dos Estados Unidos pode começar a reduzir os juros a partir de março de 2024, o que tenderia a tornar o mercado brasileiro ainda mais atrativo para investidores estrangeiros. Com uma possível valorização do real e maior fluxo de capital estrangeiro, o mercado brasileiro de ações deve se fortalecer, ampliando as oportunidades para quem aposta na renda variável​.

Autor: Luiz Filipe.

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